Em audiência no Senado, Abramet defende melhoria do sistema de trânsito para reduzir sinistros

Por ABRAMET em 01/06/2022

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) defende a adoção de medidas para tornar o ambiente de trânsito mais seguro para o usuário com algum tipo de vulnerabilidade como forma de prevenir sinistros. Esta mensagem foi levada pela entidade durante audiência pública no Senado Federal para discutir os impactos da violência no trânsito e possíveis soluções para garantir uma mobilidade mais segura. O evento aconteceu na quarta-feira, 01/06.

“Precisamos cuidar das pessoas mais vulneráveis: pessoas em bicicletas, pedestres e pessoas com algum grau de mobilidade reduzida. É urgente e necessária a discussão sobre a redução da circulação de tráfego em zonas de maior circulação de pessoas”, afirmou Alyssom Coimbra, integrante da Comissão de Assuntos Políticos da Abramet. “A troca por modais mais sustentáveis só ocorrerá quando a população tiver a percepção de segurança em seus deslocamentos ativos: iluminação, arborização, calçamento e sinalização”, explicou.

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Durante a sessão temática, senadores cobraram a votação do PLS 32/2016, que obriga motoristas alcoolizados a pagar pelo tratamento de vítimas atendidas pelo SUS. Aprovada pelo plenário da Casa em abril de 2021, o texto aguarda apreciação pela Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT) e recebeu parecer favorável do senador Fabiano Contarato (PT-ES).

“Violento e “inseguro são adjetivos intensos, mas que carecem da força necessária para descrever a barbárie, a loucura e a brutalidade vividas em ruas, estradas e avenidas brasileiras”, disse o relator. “Os números são estarrecedores: mais da metade das vítimas fatais registrados em 2020 veio de um desses três grupos: ciclistas, pedestres e motociclistas. Eles representam as categorias mais vulneráveis da epidemia da insegurança viária no nosso país — afirmou Contarato.

Segundo ele, também é necessário ampliar o investimento na infraestrutura de rodovias, que respondem pela maior parte dos custos associados às mortes e à invalidez provocadas por sinistros de trânsito no país. “A questão da infraestrutura, embora seja uma pauta desenvolvimentista, representa muito para a saúde e a vida do ser humano. Acidentes e mortes no trânsito também ocorrem devido às condições ruins da infraestrutura rodoviária. O Brasil é um país rodoviário”, comentou. “Em uma estimativa conservadora, os acidentes em rodovias custam à sociedade brasileira cerca de R$ 40 bilhões por ano. Os acidentes nas áreas urbanas custam em torno de R$ 10 bilhões”, disse Fagundes.

A audiência pública reuniu especialistas em segurança e familiares de vítimas de sinistros de trânsito. Além da Abramet, participaram a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit); o Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (DETRAN-ES); a Federação Espírito Santense de Ciclismo; o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV); e a Associação Brasileira de Educação para o Trânsito (Abetran)

(Com informações da Agência Senado)