O trânsito é um dos principais fatores de morte não natural no Brasil. Além do alto número de óbitos, os acidentes também causam sequelas que retiram a saúde e a qualidade de vida de milhares de pessoas todos os anos no país. Atentas à necessidade de fortalecer os esforços para a educação no trânsito e a prevenção de acidentes, representações de médicos, psicólogos, engenheiros, condutores de veículos, pedestres, além de associação de assistência à criança deficiente e organizações em prol da valorização da vida lançaram nessa terça-feira (10) um manifesto dirigido aos candidatos às eleições de 2020 – prefeitos e parlamentares – propondo um compromisso público pela vida no trânsito.
O documento, proposto pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), reúne a chancela de outras 28 instituições de credibilidade reconhecida e importante atuação no cuidado à saúde da população: Associação Médica Brasileira (AMB), Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT), Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (ABRACICLO), Associação Brasileira dos Condutores de Ambulância (ABRAMCA) e Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Também compõe o rol de signatárias a Associação Brasileira de Pedestres (ABRASPE), Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (ABRAVA), Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), Associação Nacional de Detrans (AND), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), ONG Criança Segura, Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito (FOCOTRAN), Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, Instituto de Engenharia, Instituto de Tecnologia para o Trânsito Seguro (ITTS), Movimento Não Foi Acidente e Associação de Parentes, Amigos e Vítimas de Trânsito (Trânsito Amigo).
Aderiram ainda ao documento a Associação Paulista de Medicina (APM), Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), Confederação Nacional dos Usuários de Transportes Coletivos de Passageiros Rodoviários, Ferroviários, Hidroviários, Metroviários e Aéreos do Brasil (CNU), Hora H Pesquisa Engenharia & Marketing Ltda, S. EJZENBERG Engenharia & Consultoria, Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores no Estado de São Paulo (SindautoescolaSP) e Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e MotoTaxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP).
“Toda eleição é uma oportunidade de pensarmos o país que desejamos e estabelecer uma agenda com os temas que merecem atenção e prioridade tanto de gestores quanto de parlamentares nos diversos níveis da federação. Alertar e mobilizar prefeitos e vereadores é essencial para construir avanços e melhorar a vida nas cidades brasileiras”, justifica o dr. Antonio Meira Junior, presidente da Abramet. “A preservação da vida é um tema que interessa a todos nós, um objetivo que deve unir toda a sociedade”, acrescenta.
A redução dos indicadores de acidentes com vítimas fatais é uma das prioridades na atuação da Abramet, entidade que representa mais de oito mil médicos do tráfego no Brasil. No manifesto, a Abramet propõe aos candidatos que assumam o compromisso de zelar pela vida da população nas vias e rodovias do país.
Plataforma de ação – Apontado com um dos mais violentos do mundo, o trânsito brasileiro compõe um quadro permanente de epidemia, com mortes diárias e alto custo para o sistema de saúde público e privado, conforme mostram alguns números. Para esclarecer os candidatos, o documento informa, entre outros dados, que:
- De 2009 a 2019, estatísticas do Ministério da Saúde registram 1.636.878 vítimas de acidentes de tráfego com ferimentos graves. Em 2017, 35,3 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de transporte terrestre;
- Internações e outros procedimentos médicos realizados com vítimas de acidentes nos serviços da rede pública de saúde custaram cerca de R$ 3 bilhões na última década.
A entidade destaca que o Brasil não cumpriu a meta estabelecida pelas Nações Unidas para a Primeira Década de Ação pela Segurança no Trânsito, que previa a redução em 50% do número de mortes no trânsito em todo o mundo. E frisa a importância da atuação dos prefeitos e vereadores para a formulação e execução efetiva de políticas públicas eficazes para a promoção da saúde da população e redução dos acidentes nas vias brasileiras.
A Abramet propõe aos candidatos medidas que devem ser apropriadas em seus programas de governo e plataforma de gestão, se eleitos, como: o apoio a políticas públicas de combate a acidentes; a melhoria dos mecanismos de acompanhamento e avaliação dos acidentes de trânsito; a destinação de recursos para ações de educação no trânsito e prevenção a acidentes; a adoção de mecanismos robustos de fiscalização e um maior diálogo coma sociedade.
“Precisamos apostar na conscientização da sociedade e a participação de prefeitos e vereadores é fundamental pra que possamos produzir avanços”, diz o presidente da Abramet. Segundo ele, é preciso entendimento e vontade política nos municípios para que os esforços pela preservação da vida no trânsito tenham efetividade.