A American Diabetes Association (ADA) lançou, em outubro de 2024, a atualização de sua diretriz Diabetes and Driving: A Statement of the American Diabetes Association, reafirmando a importância da avaliação individualizada dos motoristas portadores de diabetes. O documento destaca diretrizes e recomendações que convergem com os princípios estabelecidos pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), que, em 2004, publicou uma diretriz pioneira sobre o tema no Brasil.
A publicação da ADA representa um avanço global no reconhecimento da necessidade de critérios mais criteriosos para a condução de veículos por pessoas com diabetes, com foco na saúde e no bem-estar dos condutores. Para o presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, a nova diretriz reforça a posição da entidade como referência na medicina do tráfego.
"A Abramet se orgulha de ter sido pioneira no Brasil, ao lançar a diretriz Diabetes Mellitus e risco na direção veicular, específicas para motoristas com diabetes, garantindo uma abordagem baseada em ciência e segurança. A nova diretriz da ADA valida nossas diretrizes e reforça a importância da adoção de critérios técnicos na concessão ou renovação de carteiras de habilitação para pessoas com essa condição", destaca.
Convergências – Assim como a diretriz da Abramet, o documento da ADA enfatiza a necessidade de avaliações individualizadas, reconhecendo que o simples diagnóstico de diabetes não deve ser um impeditivo para a obtenção ou renovação da CNH. A hipoglicemia é apontada como o fator de maior preocupação, pois ela pode comprometer a capacidade cognitiva, reflexos e julgamento. Por isso, as entidades recomendam que os motoristas com diabetes mantenham o monitoramento rigoroso da glicemia antes e durante a condução.
Outro ponto é a relevância da educação e da conscientização. Ambas as entidades sugerem a importância da educação contínua dos motoristas sobre como gerenciar sua condição antes e durante a condução. Tanto a ADA quanto a Abramet também estabelecem critérios mais rigorosos para motoristas profissionais, com exigências adicionais de acompanhamento médico e relatórios de controle glicêmico frequentes.
O diretor científico da ABRAMET, Flavio Adura, explica que a nova diretriz norte-americana evidencia a importância da tecnologia no controle da glicemia e na segurança dos motoristas. “O uso de tecnologias como o monitoramento contínuo de glicose (CGM) é uma recomendação que defendemos desde a publicação da nossa diretriz. A ADA endossa essa prática, o que mostra que estamos alinhados com as melhores práticas internacionais”, ressalta.
Compromisso a vida – O especialista acrescenta que a Abramet continua atuando na vanguarda da medicina do tráfego, promovendo o diálogo com autoridades de trânsito e profissionais de saúde para garantir que motoristas com diabetes possam dirigir de forma segura e responsável. “Nosso compromisso é oferecer suporte técnico e científico para a criação de políticas públicas que considerem a realidade dos motoristas brasileiros”, disse.