XVI Congresso debate fiscalização e políticas públicas para reduzir sinistros de trânsito

Por ABRAMET em 27/09/2025
 

O segundo dia do XVI Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador, reuniu especialistas, médicos, parlamentares e gestores públicos em torno de um objetivo comum: encontrar caminhos para reduzir os sinistros de trânsito no Brasil e salvar vidas.
 
Um dos painéis mais aguardados discutiu o impacto das políticas públicas na segurança viária e evidenciou os entraves da fiscalização, sobretudo no âmbito municipal. Coordenada pelo presidente da Abramet, Antonio Meira Júnior, e pelo diretor de Relações Institucionais, Arilson Carvalho, a sessão reuniu representantes do Legislativo, do Executivo e da comunidade médica para apresentar diferentes perspectivas sobre o tema.
 
Danilo Oliveira, advogado especialista em trânsito, transporte e mobilidade urbana, e presidente da Comissão de Trânsito da OAB/BA e do Instituto Brasileiro de Direito de Trânsito (IBDTrânsito), lembrou que menos de 20% das cidades brasileiras possuem trânsito municipalizado, o que limita a aplicação das normas. Ele classificou a motocicleta como uma “mazela social”, relacionada ao empreendedorismo de necessidade, como mototaxistas e entregadores.
 
O deputado federal Allan Garcez (PP/MA) defendeu maior protagonismo da comunidade médica na formulação de políticas públicas. “Ciência é importante para evidenciar a realidade que a gente tem, mas são as políticas públicas que constroem e promovem mudanças. As políticas saem do Congresso Nacional, e precisamos nos preocupar com essa representação”, afirmou. Na mesma linha, o deputado Eduardo Veloso (União Brasil/AC) reforçou a importância de intensificar a fiscalização para coibir condutas de risco.
 
Na oportunidade, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, mostrou que mais de 32 mil pessoas morrem todos os anos em sinistros de trânsito no País, uma média de 92 vítimas por dia. Segundo ele, para cada vida perdida, há pelo menos 10 com sequelas graves ou permanentes.   “Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com a dependência e o sofrimento prolongado”, disse.
 
O painel recebeu ainda a diretora do Departamento de Segurança no Trânsito (SENATRAN), Maria Alice Nascimento Souza, que destacou a importância da parceria entre a Abramet e a secretaria, especialmente por meio da atuação conjunta na Câmara Temática de Saúde para o Trânsito do Contran. Ela também destacou a importância das evidências científicas para o fortalecimento das políticas públicas.
 
Homenagem – O presidente da Abramet, Antonio Meira, ressaltou o compromisso da entidade em ampliar o diálogo com o poder público e reforçar o papel da ciência. “Estamos diante de um desafio enorme: reduzir drasticamente os sinistros no trânsito brasileiro. Isso exige ciência, tecnologia, mas sobretudo responsabilidade política e social”, afirmou.
 
Durante o evento, Antonio Meira recebeu a Ordem do Mérito de Conscientização Viária – IBDTrânsito, a mais alta honraria do instituto, concedida a lideranças que, nos últimos 24 meses, contribuíram para a redução da violência no trânsito e o fortalecimento da cultura de segurança viária no País e para a promoção de ações de impacto coletivo no Sistema Nacional de Trânsito (SNT).